segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Motociclistas tentam evitar assaltos e despistar ladrões com motos 'velhas'

Motociclistas viraram alvo prioritário de bandidos em capitais brasileiras.
Alguns donos amassam a lataria, rabiscam a pintura e até sujam o motor.


Andar de moto nas cidades brasileiras está cada vez mais perigoso - desde que o motociclista virou alvo prioritário dos bandidos. A moto é roubada pra ser usada em outros crimes. Para despistar o ladrão tem dono que amassa a lataria, rabisca a pintura, para fazer ela parecer mais velha. E muitas vezes nem isso adianta.
As seguradoras admitem que, dependendo do modelo e do bairro onde a pessoa mora, o seguro é bem mais caro. Para alguns locais, elas nem aceitam fazer o seguro. Para piorar o motoboy que perde a moto para um criminoso, também perde o emprego.
Ninguém diz que a moto é seminova: tanque amassado, motor sujo de óleo, painel ralado, lanterna coberta de pó. Em São Paulo, muitos motoboys deixam a moto assim para despistar os ladrões. Só que nem sempre adianta.
O boletim de ocorrência nas mãos de Adriano Freires de Souza tem um mês, e já é o terceiro em 12 anos. “Cheguei e tomei aquele susto, o choque. Deixei minha moto aqui, quando olhei, cadê a moto?”, lembra.
Felipe Santos da Luz também já saiu para trabalhar e ficou sem a moto. “E para o seu patrão, só tem utilidade com a moto. Fica sem moto e sem emprego”, conta.
Os motoboys ficam com todo o prejuízo porque seguro para motos de baixa cilindrada quase não tem. E quando tem é tão caro que não compensa. A apólice também é alta para as motos esportivas, mas o dono normalmente paga porque elas custam bem mais.
Quem topa correr o risco de andar com uma moto muito visada também tem que estar disposto a pagar caro pelo seguro. Uma moto que custa em torno de R$ 23 mil tem seguro de mais ou menos R$ 4 mil, pouco menos de 20% do valor. Outra moto custa mais ou menos R$ 73 mil. E o seguro fica na faixa de R$ 2,5 mil. Não dá nem 4% do preço.
“Com certeza influencia bastante a decisão do consumidor em relação ao modelo que ele vai escolher. Ele escolhe o modelo e quando vai fazer a cotação de seguro acaba inviabilizando a compra”, afirma Leandro Biasini, dono de uma loja de motos.
A loja de Leandro é segurada, mas por precaução ele coloca travas nas rodas das motos que considera mais visadas. São modelos bem parecidos com o do motoqueiro que gravou uma tentativa de roubo em São Paulo. O ladrão foi baleado por um policial que passava pelo local.
“Eles gostam de motos com uma média cilindrada, uma moto mais potente, porque isso dá uma condição de fuga mais eficiente para os criminosos. As motos de menor cilindrada, que são utilizadas inclusive pelos motoboys, têm uma finalidade mais para serem desmanchadas e vendidas por peças”, explica o especialista em segurança Diógenes Lucca.
A Polícia Militar orienta os motociclistas a seguir alguns cuidados, como evitar andar sozinho, também não passar por locais isolados e mal iluminados e não reagir em caso de assalto.
Depois de muita insistência a Secretaria de Segurança só divulgou que esse ano foram roubadas cerca de 13 mil motos no estado, mas não disse se houve aumento ou redução nos casos, quais são os modelos mais visados, ou os locais mais perigosos. Fica difícil prevenir.
Fonte: G1

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